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As Relações entre Portugal e Espanha: oportunidades criadas no contexto Europeu

Capa
Autor(es):
PIRES, Iva (Coord.); MARTINS, Célia; REVILLA, Arturo; COSTA, Eduarda Marques da; PIRES DA FONSECA, Madalena; NUNES, Flávio; GUERRY, Chris; DINIZ, Francisco; ESTÊVÃO, Mafalda
Preço:
15 €
Páginas:
198
Ano Publicação:
2006
ISBN:
978-972-636-171-8

As Relações entre Portugal e Espanha: oportunidades criadas no contexto Europeu (PDF formato pdf, 2 077 KB)

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Resumo

O presente volume reúne um conjunto de textos de membros e consultores da equipa do projecto e pretende dar a conhecer os primeiros esforços no sentido de sistematizar informação sobre as relações económicas entre Portugal e Espanha após a integração nas Comunidades Económicas.
Iva Pires e Célia Martins fazem uma breve caracterização das duas economias e uma primeira análise das alterações recentes nas relações económicas, tendo em conta os fluxos comerciais e de investimento, entre Portugal e Espanha.
No seu artigo Arturo Revilla analisa de forma sucinta o percurso político e económico de cada país ao longo do sec. XX encontrando bastantes paralelismos. Contudo, apesar de muito próximos e da assinatura do Pacto Ibérico, em 1939, e do Acordo de Cooperação Económica, de 1949, esses percursos só viriam a convergir com a integração conjunta nas Comunidades Económicas. Desde então ambos beneficiaram dessa integração, da entrada de capitais estrangeiros, modernizaram as suas economias e criaram-se as condições para se intensificarem as relações políticas e económicas, não sem polémicas mas globalmente cordiais.
Célia Martins analisa as cimeiras ibéricas realizadas entre 1983 e 2005 e os assuntos mais relevantes nelas discutidos. Apesar de serem caracterizadas como consultas bilaterais e de não ser possível avaliar a concretização das decisões tomadas conclui que têm contribuído para melhorar o entendimento entre ambos os países reforçando a sua capacidade de intervenção e de defesa de interesses comuns, nomeadamente no contexto da UE. Em termos de relações externas foram discutidas e acertadas estratégias de intervenção em espaços geo-estratégicos comuns (os assuntos relacionados com a UE foram um tema dominante numa parte significativa das Cimeiras, para além das relações com o Mercosul e com o Magreb) enquanto na esfera bilateral o debate envolveu uma grande amplitude de temas.
Eduarda Costa e Madalena Fonseca propõem-se fazer um conjunto de reflexões em torno dos processos de convergência e coesão, decorrentes da aplicação da Política Regional Europeia, que se têm desenvolvido em Espanha e em Portugal. Apesar da convergência dos dois países com a média comunitária e das melhorias generalizadas observadas em todas as regiões isso não impediu que as assimetrias regionais se tivessem agudizado. Ou seja, o processo de convergência assumiu um carácter territorialmente diferenciado em ambos os países, com as regiões mais ricas a registarem um melhor desempenho. Mas enquanto em Espanha existe um grupo de regiões (que integra as tradicionais regiões desenvolvidas, caso de Madrid e da Catalunha, mas também outras como Navarra, Baleares e País Vasco) com rendimento per capita próximo ou superior à média comunitária em Portugal só Lisboa e Vale do Tejo se aproximou dessa média.
Os fluxos de Investimento Directo Estrangeiro reflectem a competitividade da economia de um país. Por um lado, se o investimento no exterior traduz a capacidade dos empresários em explorar as oportunidades criadas pelo processo de globalização das actividades económicas, por outro lado a captação desses investimentos permite estimular a produtividade do país receptor, fortalecer o tecido empresarial, criar emprego e gerar riqueza. Iva Pires e Flávio Nunes analisam os fluxos recentes de investimento entre Portugal e Espanha, os sectores de actividade que cada um dos países privilegia, os tipos preferenciais de operações de investimento realizadas e o impacto nas economias receptoras, particularmente no caso da portuguesa.
Chris Gerry e Francisco Diniz, traçam um primeiro perfil das empresas situadas na região do Douro/Duero e analisam as estratégias por elas desenvolvidas para tirar proveito de um mercado local/regional que se formou com a abolição da fronteira e com o aumento das acessibilidades transfronteiriças; até que ponto, empresas de pequena dimensão, muitas delas sem capacidade logística para encetar processos de internacionalização mais amplos, podem readaptar-se para abordar mercados transfronteiriços.
No entanto, a presença portuguesa em Espanha é ainda muito “tímida” apesar dos casos de sucesso, normalmente de empresas de grande dimensão, apresentados por Mafalda Estêvão mostrarem as vantagens do mercado vizinho que pela sua dimensão e competitividade obriga as empresas a investir na inovação e na qualidade do produto. Aquelas que o conseguiram fazer (no artigo desenvolvem-se três casos de estudo: Compal, Transportes Luís Simões e Barbosa e Almeida) têm obtido excelentes resultados o que mostra que a economia nacional pode tirar vantagens da proximidade a um mercado mais amplo e mais desenvolvido.
(extracto da introdução, pp.8-11)

Informação actualizada em 06/06/2023